Mãos dão vida a uma menina que mora no arco-íris. Varas fazem os cavaleiros cavalgarem pelas sombras. Fios movimentam pernas e braços. Estruturas gigantes, vestidas por homens comuns, circulam pela cidade. As técnicas da arte milenar do teatro de bonecos são variadas. O objetivo é o mesmo: transportar o público para um mundo imaginário e lúdico.
Após dois anos sem aparecer pelas ruas e palcos de Curitiba, o Festival Espetacular de Teatro de Bonecos (confira a programação completa do festival) está de volta. O evento renasce trazendo peças nacionais e tentando retomar um papel relevante para a cena bonequeira – já que, como lembra Monica Rischbieter, diretora-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, Curitiba já foi referência nesse segmento. Caminhando para mudanças e retomadas, a diretora-presidente revela seus interesses futuros: “Espero que ano que vem possamos trazer os europeus (algumas edições do festival já foram internacionais).”
Neste ano, 25 grupos, vindos da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste se apresentarão no festival. Entre os paranaenses, companhias de Maringá, Guarapuava e Curitiba.
A abertura do evento será marcada por uma grande festa que acontece amanhã, às 10 horas, na Praça Santos Andrade, percorrendo a Rua XV de Novembro e chegando à Boca Maldita, onde o grupo Mundaréu fará uma apresentação.
No domingo, a animação continua pelas ruas, com muita interatividade com o público. Às 11 horas, as Ruínas de São Francisco se tornarão o território de um enorme jacaré, criação da paranaense Cia. de Ventos – presente desde a primeira edição do festival. Tadica Veiga, uma das responsáveis pela companhia e que articula uma anta gigante na peça O Jacaré, comemora a oportunidade de as pessoas descobrirem essa modalidade de teatro.
Além das apresentações, ocorrem oficinas no Mini-Guaíra durante a semana. Tadica ressalta a importância dessa troca de informações. “É nesse intercâmbio que você se aprimora e consegue medir se o que você está fazendo é bom.”
A arte bonequeira em Curitiba tem um nome: Manoel Kobachuk. Nessa 18.ª edição do festival, ele é o homenageado por seus 50 anos de trabalho, com uma exposição no Teatro José Maria Santos que ficará aberta ao público durante o evento. Para Mônica Richbieter, ele “tem carinho pelo que faz e qualidade técnica. A obra dele é inquestionável.”
Programação completa aqui.
Fonte: Gazeta do Povo.
Por Paula Albuquerque
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